4 de junho de 2008

Marcha Lenta

No ritmo atual Brasil não atingirá metas estabelecida para a educação em 2015

O fim do analfabetismo, a melhoria da qualidade de ensino e a redução da desigualdade na formação dos estudantes de classe sócias diferentes são alguns dos problemas que fazem com que o Brasil permaneça distante de atingir as seis metas a que se comprometeu durante a Conferência Mundial de educação de Dacar, em 2000. Essa é a conclusão do “Relatório de Monitoramento de educação para Todos- Brasil 2008” o primeiro realizado pela Organização das Nações Unidas para a Educação (Unesco) com análise sobre a educação brasileira, divulgado no mês passado .

Além das metas citadas, as outras três que devem ser atingidas até 2015 são: expansão da educação na primeira infância, garantia de acesso á educação primaria completa e de qualidade e ampliação do ensino para jovens e adultos.

De acordo com o levantamento, o Brasil encontra-se na 76° posição no ranking de ensino dos 129 signatários da conferencia de Dacar. Ficou atrás de vizinhos como Peru, Venezuela, Bolívia e Paraguai. No ranking de 2001, o país estava no 72º lugar “seguindo o mesmo ritmo, o Brasil não vai atingir as metas até 2015, garantiu, durante o lançamento do relatório, a autora do documento, Ângela Barreto”.

Um exemplo do ritmo lento é a taxa de analfabetismo. Ela era de 15,6% em 1995, passou para 11,1% em 2005 e precisa estar 6,7% em 2015. A igualdade racial nos ensinos fundamental e médio também não deve atingir a meta. Em 2006, havia 37,94% de alunos negros, de 15 a 17 anos, no ensino médio, contra 58,3% de brancos. Também permanece grande a desigualdade entre ricos e pobres que vão á escola. A taxa de escolarização dos 20% mais ricos na educação infantil, por exemplo, é o dobro da dos 20% mais pobre. Mas o pior dado é a taxa de alunos que chegaram á 5° série do ensino fundamental: o Brasil está na 93° posição, apenas 54% dos alunos completa essa etapa.

Segundo o Governador, o levantamento não considerou ações recentes como o plano de Desenvolvimento da Educação.
“Há uma avenida a percorrer. Mas era uma avenida esburacada. Hoje, ela é pavimentada e vai permitir acelerar o passado”, disse o Ministro da Educação Fernando Haddad .


Fonte: Folha Universal, edição: 840 pag 13

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