31 de outubro de 2007

Estudantes mantêm ações contra reestruturação da Ufba

Os protestos que vêm sendo realizados por alguns estudantes da Ufba contra a aprovação do programa de reestruturação e expansão das universidades federais (reuni), traz a tona um antigos problemas como, velhos traços do subdesenvolvimento, o desinteresse quando o assunto é proporcionar avanços e a dificuldade para a abertura de novos caminhos, para assim facilitar a comunicação com a sociedade contemporânea. Tendo em vista que o papel da universidade é estar sempre inquieta e atenta a novos mecanismos.
Comentário: Paula Bulhman


Estudantes mantêm ações contra reestruturação da Ufba
Fonte: Correio da bahia
“Reuni, não”! Ao som de palavras de ordem e portando faixas de protesto, os estudantes da Universidade Federal da Bahia (Ufba) fizeram uma passeata ontem pelo centro da cidade, partindo da Reitoria, para manifestar o repúdio à aprovação do Programa de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais, o Reuni, ocorrida numa eleição tumultuada do Conselho Universitário na última sexta-feira.
Os manifestantes resolveram manter a ocupação da Reitoria iniciada no último dia 1º e prometem novas ações, cada vez mais radicais, para evitar a homologação da adesão ao programa junto ao Ministério da Educação. Os estudantes aprovaram para a próxima segunda-feira, dia 29, último prazo para o envio da adesão, uma paralisação das aulas em todas as unidades da Ufba.A decisão de sair em passeata foi tomada após uma assembléia de quase três horas para avaliar os acontecimentos da última sexta-feira. No Salão Nobre da Reitoria lotado, os estudantes assistiram a um vídeo com imagens do confronto entre manifestantes e seguranças da universidade, que tentavam impedi-los de entrar no auditório da Faculdade de Direito, onde foi realizada a votação, segundo eles ilegítima.
Segundo o reitor Naomar Almeida, o Reuni aprovado a toque de caixa tem o objetivo de quase dobrar o número de vagas na universidade. Os estudantes se queixam de que o número de contratações – 533 professores e 436 funcionários – é insuficiente para a implantação do novo plano e exigem maior investimento na assistência estudantil para “democratizar o acesso à universidade pública”.
Propostas - Em meio a pronunciamentos inflamados, várias propostas foram levantadas. Carolina Mendonça, 21 anos, membro do Centro Acadêmico de História, defendeu a elaboração de uma carta aberta ao reitor Naomar Almeida exigindo a realização de uma assembléia geral com os estudantes para reavaliar a adesão ao Reuni. Enquanto isso, o expediente na Reitoria continua suspenso e os funcionários impedidos de trabalhar.
Na assembléia de ontem, ficou aprovado, além do ato público pelas ruas próximas à Reitoria, uma suspensão das aulas na próxima segunda-feira, quando, às 9h, será realizada uma nova assembléia no Salão Nobre da Reitoria. Nessa data, serão debatidas novas ações para retaliar o reitor, caso se confirme a homologação do Reuni na Ufba junto ao Ministério da Educação. O presidente do Diretório Central dos Estudantes (DCE), Gabriel Oliveira, adianta que o envio do projeto deve provocar reações ainda mais drásticas. “Ele (o reitor) espera que haja desmobilização a partir do envio do projeto. Mas se ele enviar será pior ainda, faremos novas paralisações e pode haver ocupação de outras unidades”, ameaça.
Outro diretor do DCE, Nilton Luz, defende novas manifestações públicas para estender o diálogo à sociedade e a convocação, pelos estudantes, de uma assembléia geral na Ufba. “Ele (Naomar Almeida) não pode decidir como se a universidade fosse o quintal da casa dele. Ele passou por cima de todo mundo”, condena.

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